consoles. O jogo, que carrega a sina de ser um “clone” de GTA mostra que pode ter até uma identificação um pouco diferente, mas ainda lembra demais o seu rival da Rockstar. Confira:
GTA fazendo escola
Na indústria dos games, é comum que algumas empresas foquem suas idéias em fórmulas que deram certo. Essa prática só incomoda aqueles que tem seus projetos copiados, afinal, qual gamer se recusaria a jogar algum título por se tratar de uma cópia de outro?
GTA revolucionou o mundo dos games com sua liberdade de ações policamente incorretas e uma engine que permite o jogador não se prenda nas missões principais, e possa explorar um mundo aberto realizando outras tarefas, ou apenas divertindo-se da forma que mais lhe agradar.
Assim como inúmeros jogos, Saint Row aproveita essa mecânica e investe em um roteiro bem similar, buscando alcançar um público vasto e fiel que na atualidade espera ansiosamente a chegada de um novo título da Rockstar.
A versão Saints Row
Pouca coisa difere um titulo do outro, mas a principal delas é a forma com que os jogos tratam o roteiro. Embora totalmente politicamente incorreto, GTA segue um enredo até certo ponto convincente, coisa da qual Saints Row simplesmente deixa de lado.
Em The Third, o jogo continua focando a gangue Saints, mas dessa vez de uma forma mais bem humorada. Desde as fantasias usadas nos roubos, passando pela idolatria estampada nas lojas e nas ruas e as ações sem qualquer responsabilidade, o jogo é uma autêntica comédia irresponsável.
Esse excesso de sarcasmo e outros elementos cômicos era nítido desde as primeiras propagandas do jogo, que contavam com astros de filmes como Burt Reynolds e até mesmo atrizes pornôs. A publicidade deu certo, e o jogo despertou a curiosidade de muitos gamers que não conheciam muito da série. E para ajudar os novatos, aTHQ disponibiliza de graça o jogo anterior, Saints Row 2, totalmente de graça via download, para quem adquiriu The Third.
Monte sua gangue
O intuito do jogo não é somente executar as missões principais, mais sim dominar toda a cidade de Steelport, comprando prédios e outras construções, ou simplesmente eliminando a concorrência. Para isso, o jogo conta com um incrível arsenal que passa pelas mais comuns pistolas e metralhadoras, até armas de destruição em massa e bastões em formatos fálicos, que criaram muita polêmica antes mesmo do jogo ser lançado.
The Third também permite que os jogadores controlem diversos tipos de veículos. Os carros não são modelos reais, apenas genéricos divertidos como Torch e Bulldog. O jogador também pode controlar lanchas, helicópteros e aviões de caça, pena que a jogabilidade comprometa bastante essa diversidade, mas esse assunto será tratado mais abaixo.
A todo momento você pode conferir o seu celular (uma cópia descarada do iPhone) para conferir seus status, escolher as missões, tirar foto e compartilhar na rede social do game e dar upgrade em seus atributos. Essa evolução agrada bastante, ainda mais pelo fato de precisar unir níveis e uma boa quantia monetária para evoluir seu personagem.
Ainda sobre o personagem, personalizá-lo é uma das coisas mais divertidas em The Third. Você pode criar um verdadeiro clone de si mesmo ou a mais incrível aberração já vista em um game, graças ao vasto leque de opções oferecido no jogo. E se não bastasse, a medida que você evoluir no game, mais utensílios são desbloqueados para incrementar o seu personagem, de um modo sério ou de um modo Saints Row de ser.
A farra online
A grande vantagem de Saints Row The Third para seu rival GTA é o modo cooperativo. Grande parte dos fãs de GTA criticavam o game por não contar com essa integração, mas aTHQ ouviu essas preces e tratou de dar ao publico o que eles realmente queriam.
A integração funciona de forma perfeita, tanto no modo cooperativo local, quanto no online. Esse por sua vez permite que você e seu parceiro tenham missões cooperativas ou e aventure em modos como o Whored, que consiste em apresentar diversas ondas de inimigos a serem eliminados das mais inusitadas formas, desde derrubar prostituas com o famoso bastão em forma de pênis, até eliminar dezenas de zumbis no melhor estilo Dead Rising.
O jogo também tem uma interessante integração online, onde é permitido trocar informações com jogadores de outras plataformas, além de compartilhas fotos de momentos inusitados através da rede social do jogo. Mas é preciso se registrar no site http://www.saintsrow.com, criar um cadastro e integrar suas contas na Xbox Live, PSN ou Steam.
A tragédia começa na jogabilidade
Até agora citamos todos os elementos que poderiam tornar The Third um forte candidato a game do ano, mas só “poderiam”, pois o jogo falha em quesitos cruciais, e um deles é a jogabilidade.
A movimentação de seu personagem é a única coisa que escapa das críticas, a não ser pelo fato que, independente do seu porte físico, a sua velocidade sempre será a mesma. Mas já o sistema de mira e de combate, é de se lamentar, primeiro pelo fato de que um tiro no peito pode se tornar um headshot (tiro na cabeça), e depois pelo seu personagem socar e chutar por dentro dos inimigos, estourando polígonos de uma forma bem grosseira.
O controle dos veículos também deixa a desejar. Os carros seguem trilhos imaginários, da mesma forma que ocorre em GTA. E as naves e helicópteros se movimentam bem artificialmente, podendo pousar no meio de ruas e até mesmo em escadas.
O fracasso visual
Se alguém tinha esperanças que Saints Row pudesse apresentar gráficos melhores que seu concorrente GTA, esqueça essa hipótese, pois o game realiza a façanha negativa de ter gráficos bem inferiores, a ponto de serem comparados a jogos de outra geração.
Os cenários são mal feitos, sem qualquer acabamento e totalmente poligonais nas visões mais abertas do ambiente. E quando o personagem se aproxima, o visual é ainda pior, deixando a sensação de um trabalho mal realizado que poderia render muitas cabeças da equipe de produção visual.
Os veículos, mesmo sendo genéricos também sofrem com as granulações e deixando o jogador perdido em descobrir qual é o modelo do carro que se aproxima. O interior é outra tragédia, mostrando bancos e painéis extremamente artificiais.
Até os personagens sofrem com a decepção visual. Enquanto o personagem principal é bem detalhado, os outro elementos que vagam pelas ruas ou que até mesmo interagem com você ao longo da historia, são mal acabados e não possuem muitas expressões faciais. Já os inimigos... uma verdadeira gangue de gêmeos.
Bugs e mais bugs
O que mais incomoda em Saints Row The Third não é exatamente a jogabilidade ruim e gráficos fracos, mas sim os constantes bugs que atormentam a vida do jogador. São personagens que atravessam ambientes, aliados que surgem dentro dos carros de forma misteriosa, inimigos que somem, carros que colidem e vão parar em cima do seu, entre outros inúmeros defeitos.
As coisas acontecem de forma tão bizarra que você vai achar graça de quando um inimigo é atropelado por um carro em baixíssima velocidade, ou se irritar como em uma briga dentro de uma loja em que é preciso apertar o botão para golpear seu inimigos, mas o personagem acaba acessando o menu de compras, isso porque o botão tem a mesma função para ambas as situações.
A sensação é de estarmos jogando uma versão beta que ainda está em desenvolvimentos, afinal, para um game que investiu tanto com um marketing pesado e apresentou uma proposta tão interessante para a maioria dos gamers, não poderia deixá-los na mão dessa forma.
Conclusão
Saints Row The Third é um dos mais divertidos jogos lancados este ano, pena que a jogabilidade seja pouco funcional e os gráficos sejam ridículos. Uma pena isso acontecer com um game que conta com um sistema de personalização que entretém, modos online que divertem e viciam e um enredo policamente incorreto que, para os “primatas” que ainda acham que videogame influencia o comportamento das pessoas, é um motivo a mais para suas condenações, enquanto para os gamers casuais, diversão que não acaba nunca.
Tem como desativar esses codigos, para voltar a salvar as conquistas? xbox 360
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